O líder cubano Fidel Castro felicitou o «heróico povo» pelo 50º aniversário da Revolução que o levou ao poder, em mensagem publicada nesta quinta-feira na capa do jornal oficial Granma. Fidel, com 82 anos, está afastado do poder e tem sido substituído pelo seu irmão Raul Castro.
Creio que a dinastia familiar termina aqui.
Entretanto, Raul Castro entende que, apesar das dificuldades, a revolução cubana não falhou.
Nem outra coisa seria de esperar de líderes tão agarrados ao poder, num país que se vangloria, há meio século, de ser a vanguarda do socialismo (o seu, claro) onde a população tem uma vida nivelada por baixo e cerceada da maioria das suas liberdades individuais.
Não é estranho também, a todo este processo de degradação implementado, o cerco económico imposto pela colossal nação vizinha, o qual só será levantado quando o sistema político implantado na Ilha der mostras claras de modificação.
Independentemente da justeza ou não do cerco americano e da teimosia do governo cubano, o «heróico povo» não passa disso mesmo, sendo a única vítima desses radicalismos que não fazem sentido, mesmo que cimentados durante cinquenta anos.
Não falando já na falência da URSS, a China empreendeu inesperadamente, de há uns anos para cá, uma adaptação realista, com crescimento económico espectacular, mantendo ainda o controlo do regime ditatorial governamental no topo do sistema...
Essa inteligência ou capacidade de adaptação às realidades não teve Fidel Castro e parece não ter também o seu irmão e sucessor.
Por isso, milhares de emigrantes continuam a abandonar sorrateiramente Cuba todos os anos, fugindo da Pátria da Igualdade, da Pobreza e da Opressão, onde foi simplesmente decretado viver livre e feliz, para o chamado Império das Riquezas, das Desigualdades Sociais e da Liberdade bem ou para o mal utilizada...
A atracção é fatal!
Mesmo que os irmãos Castro não queiram abrandar a ditadura do sistema governativo, o seu fim aproxima-se inexoravelmente. Alguém disse já que o Futuro da Revolução Cubana depende da sua capacidade de evoluir, coisa que os chineses intuíram inteligentemente, mas os dirigentes cubanos parecem negar-se a compreender.
Por quanto tempo ainda poderá Fidel elogiar o heroísmo do povo cubano? Um momento haverá em que este povo heróico e sofredor se sentirá cansado de chamar obrigatoriamente heróis aos ineptos líderes da revolução e não suportará mais a degradação e a apatia a que o condenaram com eternas promessas de púlpito, incumpridas.
É muito provável até que os cubanos já prefiram neste momento, se os deixarem, ser menos heróicos e festejar o primeiro dia do ano com coca-cola e umas pedras de gelo.
Vai sendo tempo de acabar com tais teimosias encapotadas ou disfarçadas de jargões políticos ultrapassados, apregoando enganadoramente Cuba Livre...
Quando será?
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