Na passada terça-feira, fiquei surpreendido com uma notícia saída no D. N., sobre a descoberta de uma microalga de características interessantes sob o ponto de vista económico, por uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências e Biotecnologia da Universidade de Coimbra. Aguardava já a coordenadora da investigação uma ajuda para prosseguir os trabalhos, agora em termos práticos, de grandes espectativas. económicas, no campo dos biocombustíveis.
Procurei saber mais qualquer coisa sobre estes dados noticiados sem grade espavento, como é habitual. E assim, descobri algumas coisas interessantes a respeito desta investigação. Fiquei a saber, por exemplo, que existia na Universidade de Coimbra, bem escondida do grande público, uma Algoteca com importância mundial..
A Algoteca do Departamento de Botânica da Universidade de Coimbra é a mais rica colecção de microalgas de água doce, a nível mundial, com a particularidade de conter maioritariamente algas portuguesas. Além de constituir um importante centro de apoio à formação académica, inclui organismos conhecidos como produtores de compostos de grande valor económico ou potencialmente importante para fins ecológicos e energéticos.
Foi a persistência da professora e investigadora Fátima Santos, coleccionando, isolando e identificando microalgas ao longo de trinta anos, que permitiu agora à professora e coordenadora Lília Santos encaminhar a investigação para campos mais positivos., sob o ponto de vista económico.
Estes microrganismos, sabe-se já, fazem antever importantes progressos na descoberta e fabrico de medicamentos, pois são bem conhecidas várias acções como antioxidantes, imunológicas, anticancerígenas, etc., etc.
Lutando com várias dificuldades, o entusiasmo da professora Fátima Santos conseguiu levar a cabo instalações para iniciar a cultura destas microalgas, com vista a futuras e promissoras investigações que a actual coordenadora pretende continuar e levar a cabo. O apoio recente da Fundação para a Ciência e Tecnologia irá incentivar o desenvolvimento de uma importante base de dados, necessária a futuras investigações científicas.
O estudo agora em curso, da cultura em escala industrial piloto, de uma microalga com grande apacidade de produção de biodiesel poderá, se tudo correr bem, antever a sua produção industrial altamente rentável, dentro de poucos anos, como informava o D. N.
A ideia de utilização de microalgas para produção de biodiesel não é nova.
Uma notícia de Junho de 2007 adiantava que um conjunto de empresas portuguesas, onde se inclui a GreenCyber, que quer construir uma bio-refinaria em Sines, está a explorar o cultivo de microalgas para produzir biocombustíveis a metade do preço.
Parece que o assunto ficou em águas de bacalhau, não sei por quê. Mas também se sabe que, pelo menos no Brasil, na Argentina e em Espanha se fazem tentativas idênticas.
O interesse da microalga descoberta, isolada, identificada e testada laboratorialmente em Coimbra, está no seu alto rendimento mais que provável.
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