sábado, 15 de novembro de 2008

PRATA PARA PORTUGAL


Portugal bateu a Rússia

Foi num desafio de basquetebol, a contar para a I Taça do Mundo da modalidade.

Como Portugal raramente ganha, nesta modalidade e em tantas outras, trata-se de um facto extraordinário.

A notícia vinha ontem na imprensa, numa página interior, o que, nestas circunstâncias, não é muito normal. O mais corrente é aparecer logo nas primeiras páginas, em parangonas ocupando várias colunas, com letras negras de tamanho a condizer.

O Zé olha logo para aquilo, devora a notícia num ápice e, ainda meio desconfiado, volta ao princípio, quase não acreditando no que os seus olhos estão a ver...

Foi o que aconteceu comigo, ao deparar com o título a negro sugestivo: Portugal bateu a Rússia

Como não sou muito dado a desporto e coisas parecidas, não prestei grande atenção e passei adiante, à página seguinte, a ler notícias de grande interesse, nesta época de crise em progresso.

Algo perpassou, entretanto, pela minha mente, num alerta brusco do subconsciente e resolvi regressar à página anterior. Era mister investigar o que estava subjacente ao título.

E foi então que, para minha estupefacção, surgiu o texto espectacular:

«Portugal bateu a Rússia, por 42-38, e ganhou a medalha de prata da I Taça do Mundo de Basquetebol para pessoas com deficiência intelectual! Foi um jogo muito difícil, mas estivemos quase sempre a ganhar. Foi uma partida muito defensiva de ambas as partes, mas conseguimos ganhar e este é um lugar honroso para todos nós, afirmou o seleccionador Fausto Pereira». Cheio de orgulho, subentende-se.

Ora aí está como Portugal não é tão mau como alguns o pintam!

O que é preciso é insistir, persistir, ir a todas, nunca desanimar, nunca deixar apagar a chama que arde em cada português com dois dedos de testa, pois se até os deficientes intelectuais ganham e nos dão esta grande lição...

Exultei de contentamento. Até que enfim mostramos ao mundo que somos bons nalguma coisa! Viva Portugal!

Mas, passados uns momentos naturais de euforia patriótica, ocorreu-me perguntar a mim próprio, por que nas outras modalidades não conseguimos tão bons resultados? E, após uns minutos breves de reflexão, descobri que o mal está, provavelmente, nos deficientes intelectuais seleccionados!

Honni soit qui mal y pense.

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