Era fatal, como o destino, que evoluísse para um plano mais elevado!
Pessoas tradicionalmente calmas e educadas perdem então a sua compostura e insultam os árbitros do encontro, a Associação de Árbitros, a Liga, a Federação de Futebol e até a tutela governativa, acusando-os de não tomarem nunca as medidas necessárias ao saneamento definitivo dos magnos problemas da arbitragem que só em Portugal, país da cauda da Europa, tinham lugar...
Mas isto é só o começo.
Mais tarde, as apreciações negativas costumeiras aparecerão e repetir-se-ão por causa da arbitragem a jogos de terceira ordem...mas em que esses mesmos grandes, com grande espanto dos «tifosi» imprevistamente perdem pontos, na corrida para o título ou são eliminados da Taça de Portugal.
Durante alguns anos, foram os grandes de Lisboa habituados a mandar na Federação e na Liga de Futebol, com títulos que eram favas contadas e irmãmente repartidos. Depois, pouco a pouco, a supremacia do futebol, o número de clubes e as suas classificações começaram a ir para o Norte e, a partir de certa altura, o desespero apoderou-se dos adeptos e dos presidentes sulistas que tinham passado à categoria de vencidos sistemáticos. Não conseguindo inverter a situação, deram início a uma campanha tremenda de culpabilização da arbitragem e dos clubes sombra, especialmente um grande do Norte anteriormente sempre vencido e agora ganhador da maioria dos títulos em jogo, desde há uns anos a esta parte.
Nesta guerra de interesses que já movimenta vários milhões, mesmo em Portugal, ficar calado seria quase impossível a qualquer dirigente de um dos grandes. Eles têm que resguardar o seu posto com unhas e dentes, perante sócios e adeptos, e a melhor maneira encontrada, muitas vezes, é a fuga para a frente consubstanciada em comunicados tendenciosos à imprensa, nas vésperas de jogos importantes, prevenindo contra eventuais arbitragens a favor dos adversários ou contra jogadas ocultas dos seus dirigentes. E muitos destes respondem à letra.
Assim vai o Futebol Nacional, com a troca diária de piropos e a culpabilização instituída das arbitragens, quando as coisas não correm bem dentro do campo, porque o que interessa é ganhar pontos...
Agora, para que tudo fique bem claro...ou não, só falta que a Justiça cumpra o seu dever. Mas, os resultados são morosos e incertos.
Quanto ao futebol jogado pelas equipas, ele anda pelas ruas da amargura, mas isso não interessa a ninguém.
Ora tudo isto teria concerto muito simplesmente, instituindo as arbitragens a gosto do cliente!
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