sexta-feira, 31 de outubro de 2008

MÉDICO DAS ARÁBIAS


Um português de gema

Mais um falso médico foi caçado pela PJ, após vinte anos de exercício «impecável». Tinha vasta clientela, onde abundavam as crianças. Alegava possuir a especialidade de Neuropsicologia clínica. Apesar de não ter diploma de médico, tinha vários certificados de cursos «de pós-graduações em universidades portuguesas», para além de ter dado conferências em «encontros médicos, etc.

É o máximo!

Só em Portugal acontecem casos destes e são merecedores de registo no almanaque de recordes Guiness.

Também as notícias não referem como se chegou à conclusão de que o fulano era falso médico, mas uma dica permite concluir que a PJ actuou devido a ele ter facultado a um doente um medicamento cuja posse e distribuição é da exclusiva competência das Farmácias sob prescrição e receita médica.

O que permite supor que, não fora este «acidente», o exercício ilícito da Medicina por este aldrabão continuaria sabe-se lá até quando, já que tinha «credibilidade» junto do meio onde actuava», devido à «boa carteira de doentes» de que dispunha. Segundo eles, parece que prestou razoáveis serviços à comunidade e não matou ninguém...

«O falso médico, acusado de tráfico de estupefacientes, usurpação de funções e falsificação de documentos, nomeadamente de receitas e atestados médicos, enfrenta agora uma moldura penal de quatro a doze anos de cadeia.

Vamos ver o que o que acontece.

Estava eu a escrever estas linhas, enquanto me chegavam aos ouvidos frases de um concurso de muita audiência na TV, numa altura em que o apresentador perguntava a um dos concorrentes quantos alimentos constavam da roda (dos alimentos, claro) e ele respondia, todo desenvolto:

-Para mim, a roda só tem dois: o bife e as batatas fritas!

Ora aí está uma resposta que fez rir toda a plateia às gargalhadas, e a mim também. Quase tanto como aconteceu com a notícia deste falso médico das Arábias, a exercer tranquilamente em Lousada, afinal um português de pura gema!

Mas porque será que, em certos momentos, só nos rimos do mal, ou metemos a ridículo as coisas sérias?

É que andam por aí alguns emigrantes sem cheta para bife com batatas fritas, mas com licenciaturas de Medicina obtidas em conceituadas universidades europeias. Sujeitam-se humildemente a apresentar diplomas certificados, a fazer exames de equivalência e cumprir estágios em hospitais e centros de saúde...

É a crise!!!

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