sábado, 12 de janeiro de 2008

TIRO AOS PATOS -II

Em Alcochete e arredores…

No Tiro aos Patos anterior, fazia eu uma referência ao possível loby que teria servido de muleta à Administração Superior da Nação para aprovar, tão ladina, a localização do nosso futuro maior aeroporto internacional e fazia uma sugestão, meio a sério, meio a brincar, ao poder investigador da imprensa especialista, para deslindar tamanha suspeição. Ali havia gato! Não sou assim tão perspicaz como poderá pensar-se, mas, desta vez sinto-me inchado com o acerto da minha previsão.

Hoje, logo de manhã, um conhecido matutino, em crónica editorial, fazia referência ao nome de Alcochete dado à Carreira de Tiro, como resultado do «loby» maçónico dos começos da Velha República, em 1913, por Pereira Bastos, casado com uma alcochetense e Ministro da Guerra do Governo de Afonso Costa, nosso bem conhecido político e maçon dos quatro costados! Não fosse a mulher do Pereira Bastos de Alcochete, e esta vila (?) teria passado à história…isto é, nunca teria ficado na História (com letra grande, claro), apesar de ter sido a terra natal de D.Manuel I, coisa que já não interessa nada a ninguém nos dias de hoje! O outlet comercial ali instalado é muito mais importante e badalado.

Não fica por aqui o furor jornalístico coscuvilheiro e pedagógico do matutino, conseguindo o feito notável de mostrar, simultaneamente, que a quase secular Carreira de Tiro de Alcochete fica encurralada entre as freguesias de Samora Correia, Canha e Poceirão, sendo que a linda povoação de Alcochete, embora perto, não deveria ter sido para ali chamada, para nada!

Em vista do que, o meu oráculo pessoal avisa-me já de que o futuro aeroporto, a breve trecho ou lá mais para diante, vai mudar de nome.

Não será crime, na minha perspectiva, mas alguém irá ser culpado dessa mudança, na altura própria, porque é do partido A ou B, porque fuma às escondidas, porque tem relações de amizade com o dono de um sobreiral das redondezas, porque faz gala de duas acções do Bank of América e joga póquer em vez da bisca de três, bebendo uns golos de aguardente velha nos intervalos…

Mas outras coisas interessantes descobri nos comentários dos mesmos monopolistas dos ditos que ainda há pouco tempo se entretinham a atacar a construção do novo aeroporto e do TGV com unhas e dentes, que o país não tinha dinheiro, não tinha hospitais, antes tinha outras prioridades e não precisava de altos voos, nem de grandes velocidades que só interessavam aos poderosos «lobies» dos Negócios, da Política, da Construção Civil, dos Bancos, dos Chico Espertos Nacionais. É que agora, na primeira página, aparecem esses projectos como potenciadores de 76000 empregos, obras imprescindíveis que já deveriam ter sido iniciadas há mais tempo…e de quem é a culpa do tempo perdido?

Sem comentários.

Os autarcas dos «desertos» de Serpa e de Mértola é que não gostam nada da futura localização do Campo de Tiro que por aquelas redondezas irá ser encastoado, mesmo na zona de fronteira, e atiram alguns obuses, de prevenção, em várias direcções.

Enfim, o tiro aos patos continuará, mesmo depois de todas estes malabarismos saloios com que se entretém os nossos costumeiros informadores de faca e alguidar, para suma desgraça daqueles que vão caindo e sendo depenados.

Mas para mim, tanto se me dá.

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