Cem por cento de acordo.
Resta-me acrescentar que a nossa diplomacia dá cartas, não só à diplomacia da Espanha, mas à dos maiorais da Europa e dos outros Continentes. Com um saber de experiência feito, ao longo de mais de oito séculos, nem outra coisa seria de esperar.
Aposto que ninguém, neste pequeno rectângulo à beira mar plantado, pensou que a nossa existência como país independente se deveu, mais à sabedoria diplomática (quer nos tempos da Monarquia, quer mesmo nos dias mais recentes da República) que aos feitos de coragem e bravura de tantos heróis que povoam a nossa história. Provavelmente, irei chocar, com estas afirmações, muito boa gente, mas a verdade é que um pequeno país em área, população e recursos, apertado em terra e no mar por fortes potências militares, não poderia ter sobrevivido apenas com recurso a actos de bravura, por maiores que fossem.
Esta maneira de estar na Europa e também nos diversos Continentes onde permanecemos, foi-se afirmando e enriquecendo, com curvas e contracurvas, talvez, mas com um objectivo fixo e até hoje quase sempre conseguido: a independência e o engrandecimento de Portugal. Este facto, aparente e paradoxalmente esquecido no dia-a-dia das verticais gentes cultas que dizem mal de tudo e todos, está bem entranhado na maneira de ser do povo que sempre foi carne para canhão, nas alturas mais difíceis.
O rei Juan Carlos perdeu a cabeça, o que pode acontecer a qualquer um mas não a ele, por mais razão que possa ter.
Não quero terminar sem dar-lhe o meu conselho amigo, e a alguns espanhóis convencidos, ensinando-lhes um ditado das gentes sábias deste Portugal diplomaticamente invencível: «não é com vinagre que se apanham moscas»!
Sem comentários:
Enviar um comentário