segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Crónica de conversa fiada

O NOVO AEROPORTO

Começo a estar saturado de tantos pontos de vista dos sábios treinadores de bancada …Vejo que continuam a defender a hipótese Portela mais um (sendo o outro, o Montijo, Alcochete, Tires e até Sintra ou Beja!); para além das hipóteses do aeroporto único: a Portela, a Ota, Rio Frio, Alcochete, o Poceirão, veremos se não aparecem mais…

O argumento fundamental, comum a todos, é sempre o mesmo: o custo mais baixo: para uns, de imediato, para outros, a longo prazo.

Talvez valha a pena lembrar a esses treinadores de bancada a frase que fez cabeçalho durante bastante tempo, nos artigos de opinião de César das Neves: «não há almoços grátis» e que, no fim de contas, era por ele utilizada como arma de arremesso, provavelmente sem admitir ricochete…

Cada um é livre de exprimir a sua opinião e defendê-la, com os argumentos ao seu alcance, com conhecimento, honestidade e sem radicalismos. Também admito que muitos mudem de opinião, com sinceridade, à medida que lhes chegue uma informação mais correcta, embora muitos outros o façam por meros interesses partidários, económicos, estratégicos, etc., que nada têm a ver, no fundo, com a questão. Mas não me dá gozo nenhum escutar ou ler argumentos mais que rebatidos, ou mesmo falsos, enquanto outros são ocultados, não sei bem por quê. Alguém sabe, certamente.

Mas basta de conversa fiada.

Uma coisa é certa, sem margem para dúvidas: há anos que vimos investindo milhões, nas obras de ampliação e melhoramento da Portela e seguiremos nesse trilho, nem sabemos até quando (!), enquanto os tais treinadores de bancada (que são sempre assessorados, dizem, pelos melhores especialistas da República e Arredores) continuarem a mandar bocas sábias e os sucessivos governos (apoiados em técnicos de terceira), a tomar sempre decisões estúpidas…

Seguramente, algum dia iremos ter um novo aeroporto, pelo custo duplo (ou triplo) do que nos teria custado uma simples opção, se tivesse sido tomada há meia dúzia de anos atrás (com dinheiro ou sem ele, que já D. Afonso Henriques se queixava do mesmo mal) e após termos perdido, talvez para sempre, a corrida de colocar Portugal no mapa dos aeroportos imprescindíveis, na Europa e no Mundo globalizados dos Airbus, dos Boeings ou dos Antonov gigantes.

Mas deixemo-nos de lamentações!

Haverá sempre a possibilidade de apanhar um Cessna em Tires e ir a Madrid tomar o Jumbo de serviço…pois o TGV também ainda continua na discussão dos sábios, quero dizer, dos tais treinadores do costume que ainda pretendem a sua passagem pela Serra da Estrela, provavelmente para revitalização da pista de sky. Claro que poderá ser apanhado provavelmente em Badajoz…

Mas ainda bem que não sou radical. Para mim, tudo estará perfeito, desde que não me façam ir de carroça, que já estou velho de mais para isso.

Certo, desde que não me venha a cair um aeroplano na cabeça!

A propósito, ocorreu-me agora mesmo uma ideia luminosa que vou fazer chegar aos senhores jornalistas e comentadores de serviço que são quem grita mais alto e portanto quem mais manda no meu País de políticos e sábios a cada canto:

a construção de uma pista tipo porta-aviões gigantesco, no Tejo, mesmo em frente do Parque das Nações, integrando a Ponte Vasco da Gama e tudo!

Seria uma pista sem limitações de expansão futura, não exigindo expropriações de terrenos e outras traficâncias, excepcionalmente bem localizada, deixando as populações protegidas em caso de eventuais acidentes, fácil de construir com os meios técnicos actuais e, finalmente, pertinho do Pavilhão Multiusos, dos Hotéis de Luxo e do Casino!!!

Ora aí está, sem necessidade de estudos técnicos nem ambientais! Fácil, barato e dá milhões…

Bem…só não sei se a C.E. irá nisso. São uns ignorantes!

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