Queiroz, campeão dos sub-21...
Está mesmo a ver-se que o actual treinador da selecção nacional de futebol já começou a ser crucificado na praça pública, e ainda não estão reunidas todas as provas. É o costume, neste país de má-língua onde poucos fazem alguma coisa de jeito e os que tentam fazer são logo amachucados à partida, necessitando de grande esforço e determinação para continuar.
O mundo do Futebol não escapa à regra, ainda mais exacta quando se trata de treinadores nacionais. Nos clubes clubes isto já era coisa velha e corriqueira
Na selecções nacionais, como Portugal nunca chegava dantes a parte nenhuma, os treinadores lá iam escapando umas vezes, outras passando por entre os insultos mais soezes e até por algumas agressões. A partir de certa altura, Portugal começou a ficar conhecido pelos campeonatos de sub 21, com resultados honrosos e até uma taça mundial, cujo herói, o treinador Carlos Queiroz teve o condão de reunir jogadores de grande classe e de lançá-los como profissionais de grande nível, mais tarde celebrizados nos clubes nacionais e depois pagos a peso de ouro por equipas estrangeiras de enorme projecção mundial.
Desta forma, com persistência e sapiência, Carlos Queiroz conseguiu ganhar o interesse de algumas selecções e clubes nacionais ou estrangeiros. No Sporting não foi muito feliz. Mas na selecção da África do Sul conseguiu ele realizar meritório trabalho. No mítico Manchester United, onde permaneceu vários anos como adjunto de Alex Fergusson, foi igualmente louvado, chegando a ser proposto para treinador principal, quando este se retirasse. Uma passagem de C. Queiroz pelo campeoníssimo Real Madrid, saldou-se num fracasso, culminando com o seu regresso a Manchester. Também as equipas de sub 21 nunca mais ganharam algum título, com desempenho algo irregular, nem sempre meritório.
Na equipa principal, Portugal lá foi melhorando, pouco a pouco, a sua imagem, sobretudo depois da contratação de um treinador ganhador do Mundial, o brasileiro Luís Felipe Scolari. O homem, para além dos seus grandes conhecimentos de futebol, alicerçados em provas dadas, conseguiu ultrapassar os compadrios tradicionais para escolha dos seleccionáveis, impôs disciplina, respeito e ordem ao trabalho dos jogadores, meteu num bolso a Comunicação Social coscuvilheira, fofoqueira e derrotista do costume, deu largas às suas ideias, sem se preocupar um pepino com umas quantas más línguas residuais e conseguiu um palmarés invejável para a Selecção Nacional, nos poucos anos à frente dela, levando-a a ser vice-campeã da Europa e quarta no Mundial, colocando-a entre as melhores do Mundo.
Mas a Scolari também foram apontados pela imprensa portuguesa alguns defeitos, entre os quais a prepotência, a frontalidade sempre na ponta da língua e a teimosia foram menores, comparados com os seus altos vencimentos. A imprensa desportiva começara a sair do gueto onde ele a tinha metido, e estava a ganhar confiança. A Federação tinha que escolher um sucessor.
O treinador brasileiro, com o seu carácter rígido apesar do bom trabalho desempenhado não foi, talvez por isso, grandemente ovacionado pela imprensa portuguesa, na sua saída. Na altura escrevi um pequeno artigo onde augurava que ainda viria o tempo em que Scolari haveria de ser lembrado com saudade, como também é normal, no nosso país.
Carlos Queiroz não podia deixar de ser o treinador escolhido mais consensual até hoje, pelos seus méritos e pelo seu prestígio e foi logo colocado nos píncaros, pelos comentaristas desportivos. Infelizmente, os resultados em campo não apareceram e Portugal corre o risco de não ser apurado para o mundial a realizar na África do Sul, até porque alguns dos adversários, são de respeito. Poucos meses depois de ter sido endeusado, começa a ser crucificado, como habitualmente.
Um conhecido comentarista de um importante diário já emitiu o seu veredicto final. Como treinador de bancada tradicional, depois de discordar das opções do responsável no desafio com a Suécia, terminado com um empate a zero, sentenciou sem piedade: Queiroz é um treinador adjunto de classe mundial!
Esta é apenas uma amostra do que já vai por aí, na tentativa de destruição rasteira de Carlos Queiroz, como responsável da Selecção Nacional, e ainda a procissão vai no adro. O sistema é conhecido, é habitual entre nós.
Ao desgraçado treinador só restará aguentar, daqui em diante, as pedradas que lhe serão atiradas sem descanso, pelos mesmos que o vitoriavam há pouco, no seu caminho solitário e triste até ao Calvário. A morte súbita ocorrerá antes, se houver uma derrota apenas, nos jogos que faltam. Dizem por aí os sábios donos da bola que ele tem obrigação de ganhar, que para isso foi contratado, que para isso lhe pagam bem...senão, rua!
Olha a novidade, dirão já alguns. Mas na realidade, em Portugal, a quem ocupa cargos de responsabilidade ou de simples visibilidade pública, exige-se, muito mais do que conhecimentos e profissionalismo com alguma sorte nos resultados à mistura. Exige-se sobretudo uma grande, enorme capacidade de sofrimento, coisa que abunda entre os portugueses. Não sei se feliz, se infelizmente...
O mundo do Futebol não escapa à regra, ainda mais exacta quando se trata de treinadores nacionais. Nos clubes clubes isto já era coisa velha e corriqueira
Na selecções nacionais, como Portugal nunca chegava dantes a parte nenhuma, os treinadores lá iam escapando umas vezes, outras passando por entre os insultos mais soezes e até por algumas agressões. A partir de certa altura, Portugal começou a ficar conhecido pelos campeonatos de sub 21, com resultados honrosos e até uma taça mundial, cujo herói, o treinador Carlos Queiroz teve o condão de reunir jogadores de grande classe e de lançá-los como profissionais de grande nível, mais tarde celebrizados nos clubes nacionais e depois pagos a peso de ouro por equipas estrangeiras de enorme projecção mundial.
Desta forma, com persistência e sapiência, Carlos Queiroz conseguiu ganhar o interesse de algumas selecções e clubes nacionais ou estrangeiros. No Sporting não foi muito feliz. Mas na selecção da África do Sul conseguiu ele realizar meritório trabalho. No mítico Manchester United, onde permaneceu vários anos como adjunto de Alex Fergusson, foi igualmente louvado, chegando a ser proposto para treinador principal, quando este se retirasse. Uma passagem de C. Queiroz pelo campeoníssimo Real Madrid, saldou-se num fracasso, culminando com o seu regresso a Manchester. Também as equipas de sub 21 nunca mais ganharam algum título, com desempenho algo irregular, nem sempre meritório.
Na equipa principal, Portugal lá foi melhorando, pouco a pouco, a sua imagem, sobretudo depois da contratação de um treinador ganhador do Mundial, o brasileiro Luís Felipe Scolari. O homem, para além dos seus grandes conhecimentos de futebol, alicerçados em provas dadas, conseguiu ultrapassar os compadrios tradicionais para escolha dos seleccionáveis, impôs disciplina, respeito e ordem ao trabalho dos jogadores, meteu num bolso a Comunicação Social coscuvilheira, fofoqueira e derrotista do costume, deu largas às suas ideias, sem se preocupar um pepino com umas quantas más línguas residuais e conseguiu um palmarés invejável para a Selecção Nacional, nos poucos anos à frente dela, levando-a a ser vice-campeã da Europa e quarta no Mundial, colocando-a entre as melhores do Mundo.
Mas a Scolari também foram apontados pela imprensa portuguesa alguns defeitos, entre os quais a prepotência, a frontalidade sempre na ponta da língua e a teimosia foram menores, comparados com os seus altos vencimentos. A imprensa desportiva começara a sair do gueto onde ele a tinha metido, e estava a ganhar confiança. A Federação tinha que escolher um sucessor.
O treinador brasileiro, com o seu carácter rígido apesar do bom trabalho desempenhado não foi, talvez por isso, grandemente ovacionado pela imprensa portuguesa, na sua saída. Na altura escrevi um pequeno artigo onde augurava que ainda viria o tempo em que Scolari haveria de ser lembrado com saudade, como também é normal, no nosso país.
Carlos Queiroz não podia deixar de ser o treinador escolhido mais consensual até hoje, pelos seus méritos e pelo seu prestígio e foi logo colocado nos píncaros, pelos comentaristas desportivos. Infelizmente, os resultados em campo não apareceram e Portugal corre o risco de não ser apurado para o mundial a realizar na África do Sul, até porque alguns dos adversários, são de respeito. Poucos meses depois de ter sido endeusado, começa a ser crucificado, como habitualmente.
Um conhecido comentarista de um importante diário já emitiu o seu veredicto final. Como treinador de bancada tradicional, depois de discordar das opções do responsável no desafio com a Suécia, terminado com um empate a zero, sentenciou sem piedade: Queiroz é um treinador adjunto de classe mundial!
Esta é apenas uma amostra do que já vai por aí, na tentativa de destruição rasteira de Carlos Queiroz, como responsável da Selecção Nacional, e ainda a procissão vai no adro. O sistema é conhecido, é habitual entre nós.
Ao desgraçado treinador só restará aguentar, daqui em diante, as pedradas que lhe serão atiradas sem descanso, pelos mesmos que o vitoriavam há pouco, no seu caminho solitário e triste até ao Calvário. A morte súbita ocorrerá antes, se houver uma derrota apenas, nos jogos que faltam. Dizem por aí os sábios donos da bola que ele tem obrigação de ganhar, que para isso foi contratado, que para isso lhe pagam bem...senão, rua!
Olha a novidade, dirão já alguns. Mas na realidade, em Portugal, a quem ocupa cargos de responsabilidade ou de simples visibilidade pública, exige-se, muito mais do que conhecimentos e profissionalismo com alguma sorte nos resultados à mistura. Exige-se sobretudo uma grande, enorme capacidade de sofrimento, coisa que abunda entre os portugueses. Não sei se feliz, se infelizmente...
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