segunda-feira, 23 de março de 2009

EGIPTO, HÁ 3500 ANOS


A câmara funerária do escriba

Só agora, 3500 anos depois, foi descoberto o túmulo do escriba máximo da Mulher-Faraó Hatshepsut, filha de Tutmosis I ( mais conhecida por Tutmosis II), numa câmara funerária em Luxor (antiga Tebas) , na margem do Nilo. O tecto e as paredes pintadas com desenhos e hieroglifos, constituem uma obra de arte notável e por isso a câmara funerária já foi chamada de Capela Sistina do Antigo Egipto, pelos seus descobridores, um arqueólogo espanhol e seus colegas egípcios. Se esta maravilha, como tantas outras, for devidamente protegida e conservada pelas autoridades egípcias, certamente com o patrocínio de entidades internacionais, será mais uma mostra, um ícone sagrado exposto à veneração dos entendidos de vários ramos da Ciência e, provavelmente, à contemplação dos turistas ou simples visitantes de museu. Até lá, um largo caminho terá que ser percorrido, por historiadores e arqueólogos e, seguramente pelas relíquias agora encontradas.
O que espanta, mais uma vez, nestas descobertas do Vale do Nilo, é a sua razoável conservação, o que parece ficar a dever-se aos cuidados postos pelos autores no seu resguardo e ocultação, e também a factores ambientais e climatológicos favoráveis. Seja como for, o facto de só após 3500 anos terem sido descobertas é uma façanha de primeira ordem. Mas nem sempre esta preservação dos olhares e da concupiscência alheia foi conseguida, pois alguns túmulos, e outras maravilhas milenares, mesmo nas grandes pirâmides, foram violados e roubados pelas mais variadas gentes, desde ladrões encartados, a negociantes de antiguidades, a agentes de vários Governos, etc. Na França, na Alemanha, na Inglaterra, na Turquia, na Itália, até nos EUA e por esse mundo fora, existem famosas peças histórico-artísticas, trazidas pela imposição das armas ou do dinheiro, muitas delas com a conivência ou a própria ajuda interesseira de autoridades locais.
Desta vez, isso não acontecerá. E ainda bem, porque estas pinturas, obras de arte de valor incalculável, para além de pertencerem ao Egipto, em cujo solo foram pintadas, são património mundial e da civilização.

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