quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

CRIATIVIDADE SEM LIMITES


História com euros e mensagens

A criatividade portuguesa não tem limites e os antigos fenómenos do Entroncamento, ficam a perder de vista perante as novas tecnologias.
A PJ algarvia deteve três homens que trocavam notas de 20 euros falsas por outras de dez euros, verdadeiras.
Até aqui, o trivial. O falsificador terá sempre que trocar as notas falsificadas, directamente ou através de passadores, de contrário, de nada lhe serviria a falsificação.
Mas o caso não é como eu cheguei a pensar, quando comecei a ler a notícia, e a PJ descobriu um estratagema simplório e inimaginável em qualquer parte do mundo, menos Portugal. Envolve ciganos e telemóveis.
Alguém recebe uma mensagem, no seu telemóvel, com a seguinte proposta «tentadora»"Queres notas com pequenos defeitos mais baratas?"…De tão simplista e atractiva, estaria condenada ao sucesso, tal como a fraude do BPN, a da D. Branca ou a do vigésimo premiado. É só uma questão de escala.
Logo uns quantos marmanjos ficaram entusiasmados, repetiram a mensagem, de boca em boca ou via telemóvel por SMS, aos amigos de estimação e…seja o que Deus quiser. O lucro estaria garantido à partida, com uma margem de 50%, pois a troca seria de notas de 20, com defeito, por outras de 10, autênticas e sem mácula. Nos tempos que correm, era um achado, e o portuguesinho desenrascado, pacóvio e crédulo, vá de embarcar em negócio fácil, muito mais rentável que os PPR, para não falar já nos miseráveis certificados de aforro. E que mal poderia vir daí? Era tudo a ganhar, nada a perder!
Mas o BPN, a D. Branca e o vigésimo premiado tiveram também os seus pontos fracos. Não fora assim e seríamos todos comidos por uns quantos vivaços, quer da Alta, quer da Baixa Sociedade que, nestas trapaças, a choldra é a mesma! Neste caso, também como nos outros, um qualquer imprevisto estragou todo o negócio. Foi o caso de que um SMS foi parar a um agente da PJ que não esteve pelos ajustes.
Num ápice, foram detectados e presos três indivíduos de etnia cigana com a respectiva mala cheiinha de notas de 20 euros com defeito! Muito mais simples e rápido que o badalado caso do BPN. Tudo porque os ciganos ainda não receberam formação em Offshores!
Agora, depois de burro morto, cevada ao rabo! Descoberta a marosca, os comerciantes da Baixa de Faro começaram a passar as notas todas sob o feixe de ultravioletas, mesmo as que são entregues pelos fregueses mais sérios do lugar…Sempre é mais prático e fácil do que reclamar para a PGR, ou acusar de ineficácia o BP.

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