terça-feira, 26 de agosto de 2008

OLIMPÍADAS EM PEQUIM-V

As medalhas queridas

A sessão de encerramento da Olimpíadas, em Pequim, foi quase tão espectacular como a sessão de abertura. A China quis mostrar ao mundo, com estas duas super apresentações, aquilo de que foi capaz, ao longo de mais de dois mil anos, e deixar-nos a todos um aviso para o que será capaz de fazer, num futuro que não será longínquo.

Cerca de um quarto da população da Humanidade está concentrado na China. Ela não poderá mais ser esquecida ou desvalorizada pelos restantes três quartos, como foi durante os últimos duzentos ou trezentos anos.

Também a conquista das queridas medalhas pelos atletas chineses foi uma manifestação exemplar de querer, de eficácia, vindo a ultrapassar a Rússia e os Estados Unidos, países que tinham a supremacia nas olimpíadas, há mais de cinquenta anos!

Portugal, com os seus dez milhões de habitantes, fracas tradições desportivas e ainda mais fracas prestações nas competições internacionais, lá conseguiu duas medalhas queridas, dentre as não sei quantas programadas com a nossa proverbial megalomania, logo a seguir transformada em desespero. Para regozijo de apenas uns quantos, e tristeza infinda dos maledicentes e invejosos do costume, que são a grande maioria da rapaziada nacional, esse ouro e essa prata obtidos foram o resultado real desta nossa participação olímpica, dentro do possível.

Eu bem gostava de aplaudir a conquista de mais umas quantas medalhas, mas a verdade é que, pessoalmente, não fiz nada para que isso acontecesse e também não sou um obcecado por estas coisas. Apenas fiquei triste com a perda do velhinho recorde do Carlos Lopes, na maratona.

Sejamos, no entanto, positivos, deixemo-nos de cantigas ou de choradeiras de última hora. A China conseguiu 100 medalhas mas, com a sua população à volta de 1,5 biliões de almas, deveria ter obtido 300, se a proporção fosse mantida, relativamente ao feito português! Já não me atrevo, é claro, por motivos óbvios, a fazer comparações deste género com outros pequenos países dos mais diversos quadrantes...

Mesmo assim, o coração salta-me do peito.

Somos os maiores...os maiores do 2º quinto dos cerca de 200 países concorrentes, já que ficamos no 40º lugar da classificação geral, ou por aí.

Posso, enfim, dormir descansado.

Viva Portugal!

E daqui a quatro anos, em Londres, lá estaremos a conquistar mais uma ou duas medalhitas...

Vai uma aposta?

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