Não lembra ao diabo!
Relendo alguns textos arquivados, dei com uma carta enviada ao director do Público, a propósito de uma especial referência feita por esse jornal. Por me parecer que mantém toda a actualidade, aqui registo a carta, a seguir à notícia que lhe deu origem:
«A frase
"A administração fiscal converteu-se numa organização cujo principal objectivo é gerir com eficácia um aparato burocrático e legislativo dedicado a extorquir dinheiro aos cidadãos". Manuel Carvalho, Público, 23-11-2007.»
«A carta ao Director do Público (23-11-2007…22:29)
«Senhor Director:
«Li com alguma apreensão a frase do dia 23-11, escolhida pelo Público, sobre um «aparato burocrático e legislativo dedicado a extorquir dinheiro aos cidadãos». Já tenho lido coisas piores, mas esta também não tem graça. Não conheço, nem boa parte dos leitores, o contexto em que a frase foi escrita mas, de qualquer maneira, fez-me lembrar um e-mail que recebi, pedindo cadeia de transmissão a prevenir os amigos, a propósito dos «criminosos» radares instalados nas portagens das auto-estradas, proporcionando multas de 150 euros ou até a retenção da carta, aos passadores além dos
Não há dúvida de que Portugal é um país de brandos costumes e, sobretudo, de uma permissividade tradicional relativamente ao cumprimento das leis. Os cidadãos entretêm-se, nas horas vagas, a descobrir ou publicitar a maneira de transgredi-las. Só faltava, já agora, a Imprensa também colaborar nessa «rebaldaria», demitindo-se, mais uma vez, da sua função de formação do cidadão comum!
Uma frase como aquela, uma vez escolhida, merecia, por isso mesmo, o comentário adequado, da parte do jornal. É evidente que, se todos os cidadãos pagassem honradamente as suas contribuições, quase poderíamos dispensar a tal máquina burocrática…a fazer o papel de polícia. E assim, talvez cada um de nós pagasse um pouco menos…
Eis Portugal no seu melhor!
Os meus cumprimentos.
J. Rodrigues
Alfragide»
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