segunda-feira, 28 de julho de 2008

CIENTISTA PORTUGUESA DE TOPO

Um exemplo a multiplicar

Uma grande descoberta portuguesa foi anunciada, há dias, no campo das Nanotecnologias da Engenharia por uma investigadora e professora, ainda jovem, da Universidade Nova de Lisboa.

Num país que passa o tempo a badalar desgraças e, o que é pior, a aumentá-las para se sentir cada vez mais coitadinho, aqui está uma notícia de vulto, sobretudo contra a corrente daquilo que nos é diariamente impingido pela Comunicação Social.

Não é ela que tem a culpa das notícias, pois não as fabrica, mas, pertencendo os seus editores e redactores à mesma massa dos que constituem o resto da população, não podia deixar de ampliar, com os seus meios poderosos, aqueles males de que os portugueses enfermam, tanto se queixam ... e algumas vezes até eles próprios forjam.

Seria bom para todos nós que casos como estes fossem divulgados pela C. S. e incentivados pelas autoridades, apresentados nas escolas e tomados como exemplo pela população em geral ávida de auto estima que tantos se esmeram sistematicamente em deitar abaixo!

Uma estação de TV teve a «ousadia» de entrevistar a Doutora-investigadora, num nicho de tempo disponibilizado entre as banalidades que enchem os ecrãs. Foi uma lança em África! As outras, pouco disseram sobre este tema, preferindo distinguir e desenvolver os assaltos à mão armada, as telenovelas, os desafios de futebol, a tradicional maledicência e coscuvilhice, ou a politiquice do dia.

Mas no estrangeiro, com quem passamos o tempo a comparar-nos, sempre no mau sentido, houve logo quem se interessasse pelo invento, desde universidades a grandes empresas, enchendo a Internet de notícias em sites de muitos milhões de visitantes e, para cúmulo, um importante organismo internacional decidiu dar o primeiro prémio do ano (o equivalente a um Nobel), à nossa investigadora, modesta como todos os cérebros das grandes descobertas e, como eles, trabalhando com meios limitados, como é tradicional...

Donde se prova que, geralmente, os que passam o tempo a reclamar a falta de meios se igualam àqueles que têm meios em excesso, sendo que todos eles muito raramente inventam algo de jeito!

Claro, estou certo de que alguém virá dizer um dia destes, na imprensa nacional, que uma andorinha não faz a Primavera, etc. e a culpa de não haver mais casos destes é de um governo ou de um ministro qualquer...Enfim, as patacoadas do costume.

Mas já vai sendo tempo de todos nós, portugueses, aprendermos a tirar proveito da nossa inteligência, em nada inferior à dos outros povos que, humilde e saloiamente tantas vezes, consideramos superiores. E, para isso, para prová-lo, bastará apenas valorizar a nossa auto estima, pensar um pouco e trabalhar a sério, deixando a fofoca, a maledicência e a politiquice barata para os povos do terceiro mundo.

Se não o conseguirmos, só poderemos comparar-nos a eles, sem apelo nem agravo.

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