Respondi imediatamente que não! Ou, como alguém diria, nunca, jamais, em tempo algum!...
Este é o país que eu amo, que todos amamos apesar de dizermos mal dele todos os dias e a todas as horas. Se assim não fosse, nem sequer éramos verdadeiros portugueses! Além de sermos especialistas da má-íngua, somos derrotistas como não há mais ninguém em país nenhum do mundo, o que é ainda pior.
Mas há coisas boas e belas, em Portugal, mais maravilhosas que em mais nenhuma parte desse mundo que tanto enaltecemos.
Puras contradições de portugueses!
Como disse antes, Nuno Crato não foi divulgado nem suficientemente aclamado…porque não é especialista de pontapé na bola, onde a Matemática, ciência exacta…e chata, cede lugar à magia das fintas que distraem e encantam! Já estamos fartos de saber que, com a Matemática, é difícil, em Portugal, alguém ficar encantado!
Mas também não quero tirar mérito aos grandes artistas que são os jogadores de futebol. O que é preciso é ser bom em qualquer coisa…menos na maldade!
Ora, no jornalismo, de tão vulgarizadas que são as vulgaridades em que o vulgo gosta de estar mergulhado, perdoem-me as redundâncias, torna-se muito difícil promover o que é correcto, em prejuízo do acessório e fútil.
Dizer todos os dias que Portugal é o melhor que há, não dá gozo a ninguém. É uma premissa que gostamos apenas de guardar económica e ciosamente bem dentro de nós. O que dá gozo é o bota-abaixo! Quando muito, o passar por cima, distraidamente…ou de propósito. Ou escrever três ou quatro linhas numa página de terceira escolha…
Por isso é que achei Nuno Crato deslocado, no seu próprio país. Não que me passe pela cabeça que ele não devesse fazer a obra a que se tem esforçadamente dedicado e só merece os melhores encómios. Mas porque está fora do contexto jornalístico dos nossos dias, apanhado na fofoca que domina a imprensa «séria», em Portugal, a mesma que bem poderia ser deixada apenas para os tablóides da especialidade.
Na realidade, em vez de ter escrito que o crime do professor Nuno Crato foi ter nascido no país do fado, deveria ter dito apenas, como o poeta: «esta é a ditosa Pátria minha amada»…
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