Fosse esta situação de grande interesse social, científico, humano, até político, fosse um facto positivo, fosse um grande exemplo a reter, e duas linhas bem escondidas bastariam para levar a notícia às gentes desinteressadas. Mas este caso é bem diferente!
Por isso, por se tratar do três em um, isto é, de um mau exemplo, dado por alguém de certa posição social, e da forma algo desajeitada da actuação da Justiça portuguesa, mereceu grandes reportagens da imprensa em todos os jornais, incluindo os desportivos, e até uma entrevista televisiva.
Algumas ilações a tirar deste triste caso poderão tornar-se simples caricaturas da vida sóbria e legal que a maioria dos cidadãos ainda vivem.
Por isso pergunto se vale ou não a pena estar para aqui a escrever larachas sobre um assunto mais que debatido, escalpelizado, caricaturado, e pelos maus motivos...
Vale ou não vale a pena acreditar que estas coisas poderão ter conserto? A canção de Luís Góis, diz que sim, que é preciso, mas eu não estou tão seguro. As mentalidades não se mudam de um dia para o outro. A Justiça, portanto, como instituição humana, está na dependência das mentalidades, e é muito mais morosa na melhoria das suas eventuais actuações e sentenças, que os próprios cidadãos.
Estou para aqui a falar de um caso de Justiça, mas a verdade é que não sei nada de Justiça, nem do que se passa, relativamente a este caso, a não ser o que a imprensa descreve. Mas, com o arrastar destes processos e com desenlaces imprevistos para o cidadão comum, começo a acreditar, sim, que alguém poderá sair magoado, aos olhos da opinião pública.
Acredito, e não há razões para não ser assim, que as sentenças dos tribunais foram justas.
Mas Vale e Azevedo foi advogado de topo durante muitos anos, conhece bem os meandros da Justiça Portuguesa, nas suas forças e nas suas fraquezas. Não me admiraria nada que conseguisse explorá-las em seu proveito. Fico apreensivo com a tranquilidade por ele manifestada nas suas entrevistas à Comunicação Social, o seu ar de confiança, superioridade, desafio mesmo, perante a Justiça. Mas apenas isso.
No entanto, alguns comentários se ouvem já por aí, do povo bom, humilde e iletrado, mas intuitivo, que não são nada favoráveis ao nosso sistema judicial.
Há que esperar para ver, dirão alguns mais conhecedores dos meandros e das burocracias da lei! Mas a quem beneficia a demora, ou quem ficará prejudicado com ela?
Os ingleses não, certamente, em qualquer dos casos.
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