quarta-feira, 28 de novembro de 2007

As escutas-carta a um senhor comentarista

AS ESCUTAS


Aí há uns quinze ou vinte dias, um certo comentarista jornalístico-televisivo escrevia um interessante e longo artigo sobre as escutas telefónicas, a sua legal ou ilegalidade, o seu exagero, a utilização como prova de crime, e ainda, para terminar, referia-se à Justiça, à Judiciária, aos Advogados, aos Legisladores e às últimas declarações do Procurador Geral que, além de se sentir escutado, tivera que prestar declarações aos deputados que não tinham mais nada que fazer, lembrando-lhes apenas que havia no mercado aparelhos próprios para escutas telefónicas ao preço da chuva, etc.

Coitado do Procurador! Como todos aqueles que se propõem dar entrevistas ou mandar recados pela C.Social, quer sejam bem ou mal intencionados, ficou logo «entregue aos bichos» … Mas é bem feito! Já devia saber que, quem escolhe a C. Social para mandar «bitates», apanha também uns quantos, porque ela é a proprietária do sítio e não se ensaia nada para dar-lhe o troco, sempre durante uns bons quinze dias, mesmo que se trate de moeda falsa…

Já andava farto de tanta «bagunça» e quem pagou a minha factura foi o jornalista que escreveu o tal artigo, por sinal o melhor que li, de toda aquela malfadada série, assinado e ainda por cima com endereço de e-mail.

Não me contive, pois, e resolvi mandar-lhe o meu comentário, infelizmente reduzido ao tamanho que o jornal sábia e espertamente permite. Ele é o dono da bola!

Agora, lendo casualmente na memória do computador o dito comentário, achei que seria interessante colocá-lo no blog. Diz assim:

Meu caro senhor:

As escutas tornaram-se um vício dos portugueses, depois da Inquisição. Agora, quem tem dinheiro compra um aparelho de escuta ou um espia. A Justiça gasta parte do tempo a autorizar escutas ou a ouvi-las. Os Advogados esfalfam-se a desconstitucionalizar escutas aos seus clientes. As Polícias fazem-nas à socapa, para rentabilizar a investigação. Os que não têm onde cair mortos escutam atrás das portas, fazem-se bufos ou enviam cartas anónimas. E a C. Social aproveita as fontes …

Os meus cumprimentos.

Não obtive resposta.

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